Mesa Redonda “Violência de Gênero na Política ” é realizada no primeiro dia do Feclam na Assembleia Legislativa do Amazonas

A Mesa Redonda “Violência de Gênero na Política” aconteceu nesta quarta-feira (19), durante a terceira  edição do Fórum Estadual das Casas Legislativas do Amazonas (Feclam 2023), e teve a participação das deputadas estaduais Alessandra Campêlo (PSC); Joana Darc (UB); Débora Menezes (PL) e Dra. Mayara (Republicanos). A  terceira  edição do Feclam 2023, que tem o tema “Casas Legislativas no contexto amazônico”, segue até quinta-feira (20).

Mediando o painel de apresentação da Mesa, Alessandra Campêlo falou sobre a definição de violência de gênero na política como qualquer atitude na tentativa de restringir ou impedir o acesso ou exercício das funções públicas da mulher na política e apresentou a Procuradoria Especial da Mulher na Assembleia, a qual ela preside, como um espaço de acolhimento para que as parlamentares do interior possam buscar apoio em caso de violência de gênero na política.

“Como é um crime recentemente tipificado, os homens precisam saber como ele ocorre, porque podem estar cometendo violência de gênero na política e nem saberem. Este momento  no Feclam é ímpar, porque conseguimos falar sobre isso para todos os vereadores e vereadoras. A violência política de gênero não pode ser tolerada e temos até o caso de um vereador que foi até preso por ter cometido violência de gênero política contra uma vereadora, então precisamos falar sobre isso para construir um parlamento democrático onde nós mulheres possamos exercer nosso mandato com tranquilidade”, explicou.

A deputada Débora Menezes destacou como avanço a sanção da Lei Federal nº 14.192/2021, sobre a prevenção, repressão combate à violência política contra a mulher.

“A vida da mulher na política sempre é mais difícil e muitas mulheres ainda não sabem que existe uma lei que ampara a nossa atividade política, Lei Federal nº 14.192/2021. Sabemos que, no exercício do mandato parlamentar, temos discussões mais acaloradas, mas que não podem ultrapassar o limite do bom senso e tornar-se uma violência contra a mulher parlamentar, por isso estamos debatendo este tema tão importante”, afirmou.

Dra. Mayara destacou que a pauta da violência de gênero na política deve acompanhar o aumento da presença das mulheres na política.

“No âmbito profissional, como um todo é sempre mais difícil para a mulher se destacar, então este painel é de suma importância para empoderar estas mulheres, tendo em vista que às vezes as vereadoras do interior pensam que só elas têm essa dificuldade, mas que na verdade é do gênero, por isso precisamos nos posicionar”, declarou.

Falando sobre sua experiência pessoal enquanto vítima da violência de gênero na política desde o início da sua vida pública como vereadora, a deputada Joana Darc compartilhou com os participantes situações desagradáveis vivenciadas por ela.

“Esta é uma violência silenciosa que as parlamentares mulheres sofrem e em todos os anos de vivência pública eu, comprovadamente, tive experiências ruins com a violência política de gênero, inclusive publicamente. Por isso, acho importante compartilhar essa vivência para alertar mulheres com mandato político sobre como elas podem combater esse tipo de crime e alertar também aos homens para que não os cometam”, afirmou.