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Narcotráfico e os crimes ambientais foram discutidos na abertura do Seminário de Segurança Inovadora

Por Assessoria de Comunicação

23.mai.2024 12:25h
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Foto: Assessoria de Comunicação

“O narcotráfico hoje é o grande investidor dos crimes ambientais na Amazônia”, afirmou o titular da Diretoria para a Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire de Barros. A declaração foi feita, nesta quinta-feira (23/5), durante a abertura da segunda edição do Seminário de Segurança Inovadora, promovido pela Comissão de Segurança Pública do Poder Legislativo Estadual, presidida pelo deputado Comandante Dan (Podemos), com apoio da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

“Segurança Pública e proteção socioambiental na Amazônia Legal: os grandes desafios” foi o tema da palestra do delegado, que abriu a programação do evento. Questões estratégicas sobre a segurança na Amazônia Legal, como garimpo ilegal e terra indígena, foram abordadas durante as discussões.

“Hoje, o grande incentivador e financiador da criminalidade ambiental é o narcotráfico, que não trabalha apenas com facções criminosas nacionais. Estamos enfrentando falanges transnacionais”, declarou o diretor da PF.

Ele argumentou, ainda, que a falta de fiscalização e implementação de políticas nacionais para o meio ambiente e de combate ao crime organizado, incentivaram o chamado narconegócio.

O palestrante também destacou que a extração mineral, exploração madeireira e pesca ilegais são financiados pelo dinheiro do tráfico. Segundo ele, o contexto atual, vivido na Amazônia, mostra que os povos originários e a população nativa e ribeirinha da Amazônia são diretamente impactados pelo crime organizado, que diversifica seus negócios e lava dinheiro nos crimes ambientais.

“Hoje falamos do ouro de sangue, porque a extração desse ouro custa a vida dos povos indígenas”, afirmou o palestrante.

O delegado informou que a instituição está focando na descapitalização das organizações criminosas e alcançando não só quem pratica o crime diretamente, no local do crime, mas toda a superestrutura que financia e dá também infraestrutura aos crimes ambientais.

“Muitas vezes, a aeronave que leva o ouro extraído ilegalmente traz a droga para o território nacional e transporta jovens, sob o argumento de se tornarem cozinheiras em garimpos, o que mascara uma rede de exploração e escravidão sexual”, disse Humberto.

Novas estratégias de combate ao crime

O diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Federal citou a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, que será a principal estratégia de combate, tanto ao narcotráfico, quanto aos narconegócios ambientais.

O Centro terá sede em Manaus e será formado pelos nove Estados da Amazônia e pelos países da Amazônia internacional, com instalação prevista para acontecer ainda em 2024.

Comandante Dan apontou como estratégia de suporte ao Centro de Cooperação Internacional, a criação, no Amazonas, de um Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF), que deve ter sede em Tabatinga (distante a 1.114 quilômetros de Manaus), onde acontece a entrada da droga no país.

O deputado Dan lembrou que a conquista foi um pedido de seu gabinete ao secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.

“O secretário Mário Sarrubbo percebeu a urgência que os cenários demandam e ordenou à equipe técnica do Ministério, que inicie as tratativas, que terão a participação da Comissão de Segurança Pública da Aleam”, informou o parlamentar, que além de presidente da Comissão de Segurança da Aleam, é o promotor do evento,

Reaparelhamento, infraestrutura, novas unidades e incremento de efetivo serão os eixos estruturantes da ação da Polícia Federal.

O Seminário prossegue até sexta-feira (24/5), no auditório Belarmino Lins, da Aleam. A participação é gratuita.