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Mais de 400 profissionais da saúde que atuam na rede pública estão com salários atrasados, revela deputado Wilker Barreto

Por Dayson Valente

11.mai.2022 14:47h
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Foto: Wilkinson Cardoso

Imagina um profissional da saúde que precisa cuidar dos pacientes e salvar vidas tendo que ir trabalhar com dois ou até quatro meses de salários atrasados? Essa é a realidade que os mais de 400 profissionais que atuam nas unidades de saúde do Amazonas enfrentam todos os dias, conforme revelação feita pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) nesta quarta-feira, 11, durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Em seu pronunciamento, o parlamentar voltou a denunciar o recorrente problema da falta de pagamento por parte do Governo às empresas terceirizadas e cooperativas da saúde responsáveis pela contratação de enfermeiros plantonistas e intensivistas, técnicos de radiologia, auxiliares de serviços gerais e demais trabalhadores, lotados nas principais unidades de saúde do Estado.

“O meu telefone recebe cotidianamente pedidos desesperadores de pais e mães de famílias pedindo ‘Pelo amor de Deus, paguem nossos salários’. Imagina o psicológico desses profissionais saindo de casa para cuidar de vidas, e que estão deixando seus filhos sem comer porque não recebem há mais de três meses. É desumano”, lamentou Wilker.

Na tribuna, o parlamentar enumerou as denúncias de atrasos salariais: 80 técnicos em radiologia do Hospital e Pronto Socorro (HPS) Dr. João Lúcio e HPS da Criança da Zona Leste/Joãozinho (três meses de atraso); mais de 20 auxiliares de serviços gerais do Hospital do Coração Francisca Mendes (quatro meses de atraso, indo para o quinto mês); 274 enfermeiros intensivistas que atuam em 14 unidades de saúde (três meses de atraso, indo para o quarto); além dos mais de 20 enfermeiros plantonistas da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon). Neste último, após cobrança de Wilker no dia 28 de abril, o Governo pagou o valor de R$ 324.874,15, referente à competência de janeiro/2022, restando ainda dois meses de salários atrasados.

“O que eu quero ponderar é que quando um profissional não vai trabalhar porque não tem o dinheiro do transporte, cai um plantão. Quando faltam dois, vira o caos e isso coloca em risco a população. Não é apenas ser solidário aos pais de família, e sim alertar o perigo do colapso”, ponderou Barreto.

Por fim, Wilker solicitou o andamento do pedido de convocação do secretário estadual de saúde (SES-AM), Anoar Samad, na Comissão de Saúde da Casa Legislativa, para que explique os seguidos atrasos de salários que afetam mais de 400 profissionais.

 

 

Jornalista responsável: Nathália Silveira (92) 98157-3351