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Dermilson Chagas comprova que Wilson Lima abandonou interior na segurança pública

Por Assessoria de Comunicação

21.nov.2021 10:32h
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Foto: Divulgação Assessoria

O deputado Dermilson Chagas (Podemos) afirmou, neste sábado (20/11), que o governador Wilson Lima está desperdiçando recursos públicos com ações visando às eleições de 2022, sobretudo a de gastos históricos com propaganda e publicidade, que neste ano já chegaram ao total de R$ 233 milhões, entre recursos empenhados e pagos. De 2019 até o presente momento, Wilson Lima já gastou R$ 298,3 milhões em propaganda e publicidade. E no último dia 12 (sexta-feira), Wilson Lima prorrogou o prazo e aditivou em mais R$ 86,1 milhões os contratos com as três agências de publicidade que prestam serviços via Secretaria de Comunicação (Secom).

Dermilson Chagas enfatizou que, ao gastar altos valores com divulgação de sua imagem, Wilson Lima deixa de fazer investimentos em áreas essenciais para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida da população, em especial a saúde e a segurança pública, deixando os habitantes do Estado, sobretudo do interior, sem acesso a exames médicos, atendimento de média complexidade e, até mesmo, sem assistência de urgência e emergência. Além disso, os gastos absurdos com propaganda e publicidade deixam a população à mercê de assaltos, furtos, roubos, homicídios, feminicídio, piratas de rio e violência gerada por facções do tráfico de drogas.

“Oitenta e seis milhões de reais gastos em propaganda não resolve o problema de quem está na fila para fazer um exame, uma cirurgia. Não melhora a segurança pública, não se compra uma viatura para reforçar o combate ao crime, não consegue investir numa política pública que deveria, não consegue oferecer um cartão de auxílio de R$ 300 e não de R$ 150, para melhorar a vida de quem tem fome, e não tem como controlar esse gasto com a publicidade. Quem é que faz a propaganda? Deveria ter um CPF, porque nós estamos vendo em vários locais serviços prestados para o Estado, mas que não encontramos no Portal da Transparência. E o Tribunal de Contas fecha os olhos para esses gastos exagerados, que não trazem benefício para a população”, comentou Dermilson Chagas.

Delegacias semidestruídas

Desde julho deste ano, o parlamentar vem denunciando que o Governo do Amazonas abandonou as delegacias dos municípios do interior do Estado e que muitas delas estão sem a estrutura mínima exigida para funcionar, pois, além de faltar material de expediente, serviço de internet e celas para detenção de criminosos, os prédios estão com infiltrações, comprometimento de suas fundações e forros e, ainda, uma total falta de higiene nos banheiros. Em alguns falta até água encanada. Em outros, há infestação de pombos, ratos e baratas e, pior ainda, há fezes de animais.

Neste ano, o parlamentar já visitou Anori (a 195 km de Manaus em linha reta), Santo Antônio do Içá (a 880 km), Fonte Boa (a 678 km), Jutaí (a 75 km), Autazes (a 113 km) e Tefé (a 523 km) e constatou a falta de manutenção nesses locais. Neste mês, o deputado visitou outros municípios e, novamente, encontrou um cenário de abandono. Este é o caso do 9º DIP de São Gabriel da Cachoeira (a 862 km), que o deputado visitou no último dia 12 (sexta-feira) e constatou a falta de investimentos por parte do Governo do Amazonas.

O deputado Dermilson Chagas disse que São Gabriel da Cachoeira é o terceiro maior município brasileiro em extensão territorial, com uma área de pouco mais de 109.181,245 km2, e que sua população é a 13ª maior do Estado, com 47.031 habitantes. “Essa delegacia não recebe manutenção há anos, segundo relatos dos funcionários. Não tem banheiro para os funcionários fazerem as suas necessidades. Eles precisam ir em casa. Não tem nem água pra lavar a mão, pois a água é suja e fétida. Além disso, a delegacia está totalmente depreciada por falta de manutenção”, disse Dermilson Chagas, depois de visitar o local.

Empresa recebe R$ 14 milhões e não faz manutenção

O deputado Dermilson Chagas destacou que os presos supervisionados pelos investigadores é que ainda fazem algum tipo de manutenção no local. Atualmente, no local há 37 detentos. “Quem pinta, quem troca telha ou lâmpada, são os presos”, disse o parlamentar, destacando que recursos não faltam no caixa do Governo do Amazonas, pois, de 2019 a 2021, o Estado arrecadou de excedente e com empréstimo um total de R$ 11 bilhões.

O parlamentar informou que o Governo do Estado firmou contrato de R$ 14.842.202,40 (quatorze milhões, oitocentos e quarenta e dois mil, duzentos e dois reais e quarenta centavos) para a empresa CR Obras da Construção Ltda realizar manutenção predial preventiva e corretiva nas unidades da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) localizadas no interior do Estado. Desse valor, a empresa já recebeu mais de R$ 1 milhão e o contrato só expira em setembro de 2022. Em cada mês em que o trabalho é supostamente realizado, a empresa recebe o valor de R$ 1.236.850,20. Entretanto, apesar disso, nenhuma delegacia visitada tem qualquer tipo de manutenção, pelo contrário, elas estão com suas estruturas comprometidas já, conforme observa o deputado.

“No 9º DIP de São Gabriel da Cachoeira, a situação é triste. Não tem como o funcionário dar o seu melhor no trabalho, porque ele tem condições de trabalho humilhantes e degradantes. Essa delegacia aqui está imprensada junto com a PM, em salinhas. A Delegacia da Mulher acabou e agora está funcionando numa sala pequena e desconfortável dentro da delegacia. Simplesmente não há como se trabalhar nesses locais que eu visitei”, desabafou Dermilson Chagas.

Empresários fazem doações

Para que a delegacia continue funcionando, empresários da cidade fazem doações, principalmente de serviços de internet. Para tentar ajudar a reverter esse quadro de abandono pelo Governo do Estado, os investigadores por vontade própria têm um projeto de reabilitação social com os presos. Nos fundos do terreno da delegacia, eles desenvolvem um projeto de produção de tijolos artesanais com doações de materiais dos empresários da cidade e cultivam uma horta.

Obra inacabada em Santo Antônio do Matupi

No distrito de Santo Antônio do Matupi, no município de Manicoré (a 332 km), o Governo Wilson Lima ainda não concluiu a construção de um prédio que seria a futura delegacia do local. A construção fica localizada na rua das Peras, por trás da Subprefeitura de Matupi, porém a edificação não foi completada e está com a sua estrutura comprometida, inclusive o forro está caindo. A obra foi abandonada e se encontra com os portões fechados com cadeados enferrujados.

Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), a obra prevê a construção de celas, sala de recepção, sala para arquivo, gabinete do delegado, sala de identificação, área para cartório e sala de investigação. Segundo o órgão, a obra estava sob a responsabilidade da empresa Diretriz Pavimentação e Terraplanagem Ltda, que recebeu R$ 686.119,67 para a execução do trabalho.

O deputado Dermilson Chagas informou que o Distrito de Matupi conta apenas com um posto da Polícia Militar para realizar o trabalho de segurança. Segundo denúncias enviadas às redes sociais do parlamentar, os homicídios e tentativas de assassinatos são comuns naquela área, onde, no dia 26 de agosto deste ano, aconteceram três mortes, todas por armas de fogo de grosso calibre, e uma criança de 12 anos foi gravemente ferida no pescoço, por uma bala que a atingiu de raspão.

“A criança recebeu os primeiros socorros na UBS de Matupi e, em seguida, foi encaminhada de ambulância para um hospital de Humaitá, que fica a 180 km de Matupi. Aqui, dificilmente acontecem crimes passionais. As causas das mortes são, em geral, por envolvimentos com tráfico de drogas e pistolagem. Muitos deles são pessoas que se envolveram em crimes em estados vizinhos e que vieram se refugiar aqui. Mas, devido à internet, eles são fáceis de serem localizados e, consequentemente, são abatidos em plena rua, muitas das vezes por parentes daqueles que eles tiraram a vida”, comentou um dos denunciantes.

Clique aqui para ler o que o Governo do Amazonas divulgou sobre a construção da delegacia de Santo Antônio do Matupi:

Segurança pública recebe investimento na capital e interior do estado

Polícia Militar também não tem estrutura adequada

Não é somente as delegacias da Polícia Civil (PC-AM) que estão abandonadas pelo governo de Wilson Lima. A Polícia Militar (PM) também é obrigada a atuar de forma precária no interior do Estado, sobretudo na região do Alto Solimões, formada por nove municípios (Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Fonte Boa, Jutaí, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tonantins) e, em nenhum deles, existe um quartel.

Também há falta de efetivo da PC-AM e da PM, falta de viaturas, além de péssimas condições de serviços de manutenção de viaturas e de radiocomunicação e total ausência de tecnologias para emprego policial. Essas e outras denúncias foram relatadas pelo tenente-coronel da PM Juan Pablo Moraes Morillas, que foi exonerado da corporação por denunciar as péssimas condições disponibilizadas pelo Governo do Amazonas aos militares que combatem o crime no Alto Solimões.

O tenente-coronel atuava no comando do 8º Batalhão, com sede em Tabatinga, na fronteira do Estado com Colômbia e Peru. O militar foi exonerado no dia 25 de outubro deste ano. Após o seu desligamento da corporação, Morillas distribuiu nota de despedida para a imprensa.

COORDENAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DO DEPUTADO DERMILSON CHAGAS: GUILHERME GIL E KELRIANE COSTA