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Dermilson denuncia que Seduc promove aulas 100% presenciais, mas esconde casos de Covid-19

Por Assessoria

12.set.2021 7:26h
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Foto: Márcio Gleyson

O deputado Dermilson Chagas voltou a denunciar que o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc), está expondo alunos, professores e pais à contaminação pelo novo coronavírus ao promover o retorno forçado das aulas 100% presenciais. O parlamentar já denunciou, no primeiro semestre deste ano, quando a Seduc criou o sistema híbrido de aulas, que houve aumento no número de casos de crianças, adolescentes, jovens e docentes com Covid-19 e que foi confirmado, à época, tanto pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) quanto pelas entidades representativas dos profissionais de Educação, como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam).

O caso mais recente de contaminação em unidades escolares sob a responsabilidade da Seduc foi na Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira, localizada no conjunto Ajuricaba, na zona Centro-Oeste de Manaus, e que atua nos períodos matutino e vespertino com séries de 6º ao 9º ano ensino fundamental II e ensino médio. O deputado recebeu a informação de pais de alunos e de docentes que a escola foi interditada anteontem (9/9) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Chegou ao meu conhecimento que uma aluna do 6º ano do ensino fundamental apresentou sintomas da doença quando estava na escola e foi encaminhada para a realização do teste rápido e o resultado deu positivo. Por essa razão, a Anvisa acionou uma equipe para fazer a coleta e testagem em massa na escola, tanto em alunos e professores quanto funcionários administrativos. Em seguida, a escola foi fechada, sendo que o retorno das aulas só será realizado após sair o resultado da testagem dos corpos docente e discente e dos administrativos”, informou Dermilson Chagas.

Uma das pessoas ouvidas pela reportagem foi a mãe de um aluno, cuja identidade será mantida em sigilo para não sofrer retaliações, disse que o diretor da unidade, Adriano Góes foi de sala em sala anunciar aos alunos e professores que a escola seria fechada porque tinha sido escolhida para ser uma das primeiras unidades a receber a testagem em massa. Segundo a mãe do aluno, a equipe da Anvisa reagiu e advertiu o diretor que ele não poderia esconder que havia casos confirmados de Covid-19 na escola e que ele teria que dizer a verdade.

Apesar de ter recebido essa orientação da equipe da Anvisa, o gestor da escola preferiu omitir o caso e postou o seguinte aviso no Facebook da unidade escolar: “Informamos que, nesta sexta-feira (10/9), não haverá aula em nossa escola. Assim que confirmado o dia do retorno informaremos por meio dessa rede social e nos grupos das turmas. Atenciosamente, Gestão Escolar E.E.R.G.N.”.

Irresponsabilidade

As aulas 100% presenciais na capital iniciaram em 23 de agosto deste ano. Na última quarta-feira (8/9), o Governo do Amazonas retomou as aulas 100% presenciais nos 61 municípios do estado. Ao todo, 370 unidades de ensino e 217 mil estudantes do interior voltaram a ter aulas de segunda a sexta-feira, com a extinção dos grupos A e B.

O deputado Dermilson Chagas considerou o retorno presencial 100% um ato de irresponsabilidade do Governo do Amazonas, pois, apesar da vacinação estar em andamento, há o surgimento de novas variantes, como a Delta, que oferecem riscos reais aos alunos, professores e pais. Ele disse que nem todas as escolas possuem o aparato de materiais para que se possa manter a segurança, com protocolos de saúde e infraestrutura preparada para receber os alunos.

“Os pais reclamam principalmente que as escolas não têm como controlar e verificar se todos os cuidados com os protocolos e as medidas de segurança, como o uso obrigatório de máscara e a higienização correta das mãos com água e sabão ou com álcool em gel, estão realmente sendo respeitados pelos alunos. O que se vê, na realidade, é que crianças e adolescentes, quando estão em grupo, agem como crianças e adolescentes e se tocam, se abraçam, brincam juntos, conversam juntos e, com isso, acabam se infectando, porque não mantêm o distanciamento social e porque nem todos seguem, de fato, o que é estabelecido”, comentou Dermilson Chagas.