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Em evento realizado na sexta-feira (22), a deputada Dra. Mayara Pinheiro (Progressistas), fez o lançamento da Cartilha “Violência contra a mulher: O que não foi dito e o que você não sabe”. Voltada ao público adolescente masculino, a cartilha traz orientações, esclarecimentos e os canais disponíveis para informação e denúncia.
A programação reuniu cerca de 300 pessoas no CETI Eng. Prof. Sérgio Alfredo Pessoa Figueiredo, bairro Cidade de Deus, zona Leste de Manaus. Na oportunidade, a deputada Mayara falou sobre a motivação para criar a cartilha. Segundo ela, o número de casos de violência praticados contra as mulheres amazonenses é grande e isso piorou durante o período de isolamento social. “O Amazonas é um dos Estados que tem os números mais alarmantes e ainda na pandemia houve o aumento de 34% dos casos de violência contra a mulher”, justificou.
Para Dra. Mayara as estatísticas não são apenas números e que pessoas próximas como mães, vizinhas, primas e conhecidas podem sofrer com a violência. A parlamentar destacou a importância da educação no processo para diminuição de casos.
“Resolvi tratar isso como prevenção para quebrar esse ciclo vicioso na base, e a base de tudo isso é educando. Através da educação podemos mudar essas atitudes que, antigamente, eram maculadas como normais, que são os comportamentos machistas, e dizer aquilo que não é dito. Então, para evitar essas consequências e mazelas na sociedade é que fizemos essa cartilha, tentando educar pra que, a partir de agora, formemos homens e não, agressores”, argumentou.
Quem também participou do lançamento da cartilha foi a delegada titular da DECCM, centro-sul, Débora Mafra. Atualmente na delegacia do Parque 10, Débora, que trabalha diretamente com assuntos relacionados à violência contra a mulher enfatizou a importância da abordagem feita na cartilha e que, apesar de ser direcionada para os meninos, também deverá ser lida pelas meninas.
Mafra falou sobre os tipos de violência contra a mulher, a incidência dos casos e de como essa situação pode ser modificada. “Nós temos outros tipos de violências contra a mulher: estupro, importunação sexual, empurrão, se esfregar na vítima dentro do ônibus. Tudo isso é crime. Existem delegacias e penitenciárias lotadas, mas, o que pode mudar isso é a educação e educação vem por meio da leitura, da cultura”. Segundo ela, a cartilha é esclarecedora, pois explica com linguagem fácil, diversos crimes, não somente de violência doméstica, mas sobre a violência contra a mulher de um modo geral.
O estudante Marcos Vinicius, 16 anos, participou do evento de lançamento e chamou a atenção para o fato de que, em alguns casos, o agressor é alguém do convívio da vítima. “Muitas vezes, o agressor está em casa e a mulher não tem uma defesa. Acho super importante falar sobre a violência contra a mulher para que diminuam os casos de agressão. Acredito que isso pode mudar.”
Júlia Freitas, 15 anos, também estudante, disse ter gostado da ideia e que os esclarecimentos da cartilha são muito válidos por fazerem parte do dia a dia da mulher e que os meninos precisam dessas informações. “Achei interessante a parte do transporte coletivo, pois, é onde as mulheres passam por mais problemas. Os alertas e orientações sobre o que fazer e o que não fazer também foram bons. Os meninos realmente precisam saber disso.” Enfatizou Júlia.
De acordo com a deputada Mayara, a mulher é livre para fazer suas escolhas e acredita que, por meio da cartilha, os jovens poderão saber o que, de fato, se caracteriza como violência contra a mulher. “Existe mais de um tipo de violência contra a mulher e quando o homem passa a nos privar de direitos, a nos chamar de loucas e não respeita nosso não, é violência. Somos livres e temos o poder de decidir tudo sobre nosso corpo”.
A cartilha é a primeira,da Assembleia Legislativa, a abordar o tema sobre violência contra a mulher, destinada ao público adolescente e diretamente para os rapazes. O resultado desse trabalho pioneiro, enche de orgulho sua idealizadora. “Pensei em lançar essa cartilha para que a mulher seja cada vez mais respeitada e o resultado está aí, um material lúdico e completo, falando desde a questão da violência psicológica à importunação sexual, infração, difamação e injúria”. Concluiu, Dra. Mayara.
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