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Fórum Estadual de Casas Legislativas realiza  palestra “Estratégia para o fortalecimento eleitoral”

Por Diretoria de Comunicação da Aleam

22.out.2021 17:02h
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Foto: Divulgação Dicom

Durante o 1º Fórum Estadual das Casas Legislativas do Amazonas (Feclam), o doutor em Ciências Sociais, Manoel Leonardo Wanderley Duarte Santos proferiu palestra sobre “Estratégias para o fortalecimento do Poder Legislativo”.

Manoel começou a palestra,  que aconteceu na sexta-feira (22), questionando se realmente o Legislativo é fraco. Pediu  uma reflexão histórica e suscitou o debate. Lembrou que, em 1988, havia uma sombra democrática por conta do Golpe Militar de 1964. “Prevendo que haveria problemas para os presidentes, os Constituintes decidiram que o Chefe do Executivo deveria ter poderes de agenda. Por outro lado, também foram criados dispositivos constitucionais que impuseram  centralização no Congresso Nacional. Resultado, o lugar do debate técnico era o plenário. Antes do Golpe Militar, quem legislava era o parlamento. No Golpe, o executivo vira o Legislador”, disse.

Porém, recorda que com a Constituição,  o presidente dominava também a agenda Legislativa, mas de outra forma. “Nenhuma democracia sobrevive  muito tempo com o Legislativo fazendo papel secundário”, assegura.

A Casa Legislativa, lembra ele, começa então a pensar em mudar. “Até 2002 e  2003, o Legislativo começa a assumir a elaboração das leis.  Quando o Poder Legislativo decidiu assumir suas prerrogativas, foi lá e fez”.

O palestrante assegura que como lição, fica claro que a Constituição e as Instituições não são estáticas. “As amarras constitucionais podem ser alteradas e as instituições mudam. Mesmo sem alterações profundas pode fazer a diferença e a mudança depende de força política do presidente. Se o jogo de cooperação acaba, é provável que o Legislativo requeira suas prerrogativas”, explicou.

 

Agenda positiva

 

Os presidentes FHC e Lula  implementaram suas agendas e programas, explica.  Porém, enfatiza que nos anos seguintes a governabilidade desandou. “Não apenas na nossa Constituição, o Legislativo recepciona diferentes pensamentos. Toda vez que colocamos o poder nas mãos de uma pessoa apenas temos problemas”, disse.

 

 

Projetos nos municípios

 

Há a necessidade de fortalecer as Casas Legislativas municipais, segundo o palestrante.  Também é necessário, assegura, que se faça um esforço para população participar do processo Legislativo. “É irrisória a participação popular nos municípios. Não existem legislações saídas da população”, assinalou.

Para ele, a Casa Legislativa é o mais importante espaço numa democracia. Ele sugeriu como fortalecê-las. Aplicar Lei Orgânica + Regimento Interno = Poder. “Claro que depende de uma relação de poder entre os vereadores e prefeitos”, acentuou, completando que o fortalecimento verdadeiro é quando se criam condições para que o Legislativo absorva os anseios da sociedade.

No entanto,  acentua, a sociedade é que tem que reconhecer esse poder. “Todo cidadão numa democracia tem condições de participar de uma ação que afetará sua vida”, cita.

Processo Legislativo, de acordo com ele,  é mais que produzir leis, sendo até  secundário. “São audiência públicas; seminários, requerimentos, debates e não apenas Projetos de Lei. Leis são lastros das Políticas Públicas. Usando a Lei Orgânica e o Orçamento garantem mudanças na vida das pessoas”.

 

 

 Processo Legislativo

 

Há leis, de acordo com Manoel Leonardo, que as pessoas não cumprem porque a sociedade simplesmente não foi ouvida e não encontra adesão e nem entendimento. ” Tem que haver debate e inserção”, pontua.

Ele enfatiza que as regras existem para defender as minorias e, se o processo Legislativo não acontece da forma devida, vira uma tirania parlamentar.

“Existem mecanismos para proteger a minoria, que são a Constituição e Regimento Interno, por exemplo. Maioria não é sinal de inteligência e nem justiça. Se uma lei é aprovada ao arrepio do Regimento Interno ou Lei Orgânica, o cidadão só tomará conhecimento na publicação e isso não é bom”, assinalou.

Manoel Leonardo finalizou dizendo que a valorização do Poder Legislativo passa pelo cumprimento do Processo Legislativo.