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Fundação Alfredo da Matta sofre com a baixa de profissionais, demanda reprimida serviços deixam de avançar

Por Dayson Valente

28.mar.2022 22:53h
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Foto: Divulgação Assessoria

O deputado estadual Wilker Barreto constatou nesta segunda-feira, 28, que a Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta (FUAM) está abandonada pelo Executivo. Isso porque, o parlamentar verificou que apesar da qualidade técnica e administrativa da unidade de saúde, o Governo do Amazonas está deixando de investir em projetos importantes para o enfrentamento das endemias, o repasse do orçamento estadual está abaixo do ideal, e o déficit do corpo técnico é elevado, chegando a quase 70% de pessoal, comprometendo a realização de diagnósticos e tratamento.

“O que mais me deixou impressionado hoje aqui é que o Alfredo da Matta precisa de socorro. Aqui, eles sabem o que fazer, tendo projetos importantes como o ‘Apeli’, de combate à hanseníase. Por causa de R$1 milhão de reais por ano, o projeto deixa de avançar no interior do Amazonas. Isso demonstra que o que falta no governo é a tomada de decisão e irei cobrar formalmente o secretário de saúde do Amazonas sobre os motivos que uma unidade tão importante está esquecida”, disparou Barreto.

Orçamento baixo

Segundo projeção da própria unidade, o Alfredo da Matta precisaria de um orçamento anual de R$ 13 milhões, mas recebe por ano do Estado apenas R$5 milhões. Assim, os atendimentos, diagnósticos, residências, entre outros serviços, estão comprometidos. Outra necessidade seria o aumento de profissionais através de contratação, processos seletivos ou concursos. Para se ter ideia, nos últimos anos, a Fundação perdeu mais de 150 servidores, sendo mais de 26 médicos, e conta, atualmente, com 200 funcionários.

Outro dado que assustou o deputado Wilker foi que Manaus está em primeiro lugar na questão do HIV positivo em pessoas com menos de 15 anos de idade, expondo a fragilidade do combate à doença entre os adolescentes da capital. Além disso, há falta de investimento do Executivo em reduzir a carga da Hanseníase no Amazonas através do projeto Apeli, quando deixa de investir na operacionalização que atenderia o interior em sua totalidade.

“Eu vim à Fundação para fiscalizar a questão da suspensão de cirurgias, que realmente serão suspensas em razão da reforma do centro cirúrgico, mas outras unidades vão receber estas cirurgias. Mas o que me deixou assombrado foram outras questões. Não podemos ficar parados diante da informação que o Amazonas é campeão nacional em Aids em adolescentes, de que a hanseníase poderia estar sendo combatida com eficácia com investimento de R$4 milhões em quatro anos. Hoje, o Alfredo da Mata vive basicamente de emenda parlamentar, pois o seu orçamento não condiz com sua necessidade. Pasmem, os medicamentos na ordem de R$39 mil também dependem muito de emenda, pois a Central de Medicamentos do Amazonas (CEMA) não fornece à Fundação”, frisou Barreto.

O parlamentar ainda afirmou que vai enviar um relatório à Comissão de Saúde para cobrar resoluções e irá expor os gargalos da falta de investimento na Fundação em tribuna, nesta terça-feira, 29. Ele ainda irá propor uma reunião com o secretário de saúde do Amazonas, Anoar Samad, e o diretor presidente da FUAM, Ronaldo Dercy.

“A Fundação não pode sobreviver somente da boa ação e dedicação dos profissionais e direção. Ela precisa sair desta UTI e salvar toda uma população que depende dos seus serviços. Para isso, é preciso o governo Wilson Lima priorizar os investimentos. Os R$20 milhões de jatinho dele para a Fundação Alfredo da Matta representam avanço e saúde, por exemplo”, disse Wilker.

Jornalista responsável: Nathália Silveira (92) 98157-3351