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Pais de alunos do CMPM V vão à Aleam após Seduc exigir transferência de estudantes

Por Assessoria de Comunicação

24.nov.2021 17:42h
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Foto: Wilkinson Cardoso

Um grupo de 20 pessoas da Comissão de Pais de alunos da Escola Estadual Tenente Coronel Cândido José Mariano (CMPM V) ocupou a galeria da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã desta quarta-feira (24), para reivindicar contra a transferência dos alunos que atualmente estudam no Parque das Laranjeiras, Zona Centro Sul da Cidade, para outro espaço localizado no bairro Alvorada, na Zona Centro-Oeste de Manaus. A exigência da mudança de endereço é da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) e do Comando da Polícia Militar do Amazonas.

O ato do protesto é um desdobramento da denúncia feita pelo deputado Wilker Barreto (sem partido), na última segunda-feira (22), onde revelou que a pasta e o setor da PM estão impondo a mudança do local de ensino sob a alegação de superlotação e a não renovação do aluguel de alguns blocos do prédio da CMPM V, localizado no bairro Parque das Laranjeiras.

Apesar da alegação, o documento de Capacidade de Designação (CPAD) da Seduc indica que existem 953 vagas disponíveis na escola do Parque das Laranjeiras e que das 113 salas de aulas registradas no Sistema Integrado de Gestão Educacional do Amazonas (Sigeam), 6 salas pela manhã e 9 salas à tarde estão ociosas, ou seja, não estariam sendo utilizadas. Desta forma, salas ociosas podem configurar dano ao erário e desconstroem a justificativa de superlotação dada pela secretaria para a transferência dos alunos.

Para Andrezza Castro, mãe de uma aluna com idade de 14 anos e que estuda no CMPM V, a medida imposta pela Seduc tem deixado pais e alunos apreensivos. Segundo ela, a Secretaria falhou no controle de matrícula dos alunos e considerou, também, que a localização do prédio indicado pela pasta é insegura e de difícil acesso.

“Isso está afetando psicologicamente os alunos que estão sabendo dessa mudança. A maioria deles estão matriculados desde 2016 na escola e infelizmente fomos pegos de surpresa com essa situação. Por que matricularam tantos alunos novatos sabendo que não tinham salas e agora querem a mudança? O local que fica o novo prédio é perigoso e dominado pelo tráfico de drogas”, contou Andrezza.

Justificativas

Segundo a Comissão dos Pais, desde agosto de 2021, a Seduc e o Comando da PM estão exigindo a transferência dos alunos sob a alegação de superlotação da escola e da não renovação do contrato de aluguel dos blocos D e J do CMPM V. Tais estruturas eram pagas pelo Comando para abrigar a Escola de Formação de Oficiais (EFO) da PM, mas eram também usados para atender turmas da unidade escolar. Com a mudança da EFO para a sede do Comando, os blocos D e J ficaram sem cobertura contratual, o que revela a falta de planejamento por parte da pasta da educação e da direção da escola.

Esclarecimentos

Durante a sessão ordinária híbrida, Wilker criticou as justificativas apresentadas pela Seduc e afirmou que a medida imposta pela pasta irá prejudicar a rotina de pais e alunos. “Como é que uma escola justifica a superlotação se o próprio sistema alimentado por eles aponta uma capacidade ociosa de quase mil alunos? O que acontece hoje na escola da PM na Nilton Lins está prejudicando a rotina de pais e alunos, as propostas absurdas precisam ser levantadas por esta Casa”, pontuou Barreto, que parabenizou a presença dos pais na galeria da Casa Legislativa.

Por fim, Wilker ingressou com um requerimento, no seio da Comissão de Educação da Casa Legislativa, convidando Seduc, Comando da PM e a direção da escola para prestar esclarecimentos acerca da transferência compulsória dos estudantes.

“Em respeito aos pais que tiraram o dia hoje para vir na Aleam, peço que o comando da PM, Seduc e direção da escola venham a esta Casa para praticarmos esse encontro. O que nós queremos é a solução para um problema que pode ser resolvido”, finalizou Barreto, que teve o requerimento deferido pela Mesa Diretora.