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Palestra sobre marketing encerra programação do 1º Fórum Estadual das Casas Legislativas

Por Diretoria de Comunicação da Aleam

23.out.2021 10:19h
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Foto: Divulgação Dicom

O 1º Fórum Estadual das Casas Legislativas do Amazonas (Feclam) encerrou na sexta-feira (22) com a palestra “A chave do marketing político para mandatos”, com Rodrigo Gadelha, especialista em marketing digital e inteligência de dados.

Durante 60 minutos, Rodrigo expôs sua experiência em campanhas majoritárias e de proporcionais, no marketing político voltado à análise de dados e uso das Redes Sociais, principalmente do WhatsApp.

O profissional recordou sua atuação na campanha do então candidato a presidente, Aécio Neves (PSDB), pioneira no Brasil ao usar o WhatsApp, como instrumento para aproximação com o eleitor. Também citou que trabalhou no Governo Federal, em 2018, com o presidente Michel Temer ( MDB).

No começo da exposição, Rodrigo discorreu sobre os dados que mostram que o país gastou, nas eleições de 2020, R$ 33 milhões em impulsinomentos nas Redes Sociais. Dividos em R$ 20 milhões para prefeitos e R$13 milhões para vereadores. Ressaltou que o Amazonas foi o oitavo estado que mais gastou nas Redes.

Apesar desses números, salientou que é necessário ter claro que “curtida não é voto”. Rodrigo enfatizou que o maior problema das pessoas no meio digital é não serem entendidas pelo eleitor. “Tem que ter um posicionamento claro. Posicionamento é a percepção que os outros têm de você. Não importa se é de direita ou esquerda, ele tem que se identificar com o seu pensamento”, esclareceu.

Ao exemplificar a questão, o profissional lembrou que muitos políticos foram eleitos, na última eleição, pelo “efeito Bolsonaro”, quando muitos “surfaram na onda”. Porém, também citou que a bancada feminina de esquerda na Câmara Federal dobrou. “Foi o efeito Mariele. Existe espaço para todos. Quem percebeu isso, se elegeu”, disse. “Tudo é questão de como você se coloca”.

O especialista atuou na campanha de Thamy Miranda e recorda que diziam que ele seria facilmente eleito por ter 30 milhões de seguidores. Todavia, ao fazer a análise de dados, a maioria era da Bahia, que não é o domicílio eleitoral dele, e não era do universo LFBTQI+. “Descobrimos que o perfil era mulher solteira, mãe e até 30 anos e mulher acima de 60. Totalmente diferente do que se imaginava. Fizemos um trabalho e ele se elegeu”, exemplifica.

Tudo é questão de análise de dados, destaca Rodrigo. Ele enfatiza que não existe mágica, mas técnica e ao se fazer a análise dos dados das Redes consegue-se o perfil dos seguidores.

“Posicionamento é essência. Ao se conseguir o perfil, tem-se a imagem que se destaca na mente do público”, garantiu.

Ao analisar a questão do uso correto das plataformas, enfatizou que tem que haver um cuidado especial. “Você tem que se colocar do outro lado. Gosta de receber um monte de informação aleatória?”, questionou. Rodrigo citou que em 2018,o país teve um candidato que soube usar muito bem e se elegeu presidente.

“Nem tudo é tecnologia, mas como ela entra na vida das pessoas. Tem que pensar como quem está do outro lado. Tem que verificar como ela usa. Eleição se conquista por emoção”, concluiu.

Tecnologia

Ao longo das campanhas majoritárias, o mote sempre foi emoção, discorreu Rodrigo. “Foi o mesmo tema ao longo da história. Só muda forma. O que tem que ser visto, é como será usada essa questão”, destacou.

Atualmente, segundo Rodrigo, as pessoas estão se unindo em comunidades na Internet. Por isso, é mais benéfico ao candidato criar um grupo no WhatsApp que discuta os problemas das pessoas do que para pedir votos.”Isso gera um canal de relacionamento e engajamento”, explicou.

Rodrigo lembrou que há alguns anos, era impensável que a televisão perdesse hegemonia e o celular ganhasse prioridade na vida das pessoas. Citou que o meio digital criou um novo tipo de cidadão: o que produz conteúdo e consome. “O presidente entendeu isso e usa pessoas que trabalham de graça para ele. Basta criar algo que mexa com a cabeça delas e faça com que elas se envolvam”, analisou.

Para ele, a tecnologia está unindo cada vez mais as pessoas. A questão é como chegar ao eleitor. Citou uma pesquisa, ainda não publicada, que mostra que 49% dos brasileiros acha que o boca-a-boca tem força e 62% aponta a força do WhatsApp. Logo, hoje segundo ele, a plataforma está gerando o boca-a-boca das pessoas.

Histórias são importantes

“Ninguém quer ser envolvido com pedido de votos, mas com histórias”, enfatizou o especialista

De acordo com sua palestra, tem que criar uma história e saber levar ao eleitor. ” Hoje, o marketing é como contar histórias. Quando elas são fortes, as pessoas passam a contá-las naturalmente e sozinhas. Essa é a questão. Como contar, pois isso é mais eficaz do que apenas pedir votos”, enfatizou.