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‘Wilson Lima prefere endividar servidores a conceder reajuste’, diz Dermilson Chagas

Por Assessoria

16.abr.2021 17:25h
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Foto: Márcio Gleyson

Além de não receber os representantes de várias categorias de servidores estaduais, inclusive os das áreas da Saúde e Educação, que pleiteiam, assim como outras categorias, reajuste salarial porque estão há vários anos sem receber esse direito, o governador Wilson Lima (PSC) preferiu oferecer aos trabalhadores estaduais ampliação na margem de empréstimo consignado.

Wilson Lima anunciou, por meio de uma live, a assinatura do decreto que aumenta de 35% para 40% a margem de empréstimo consignado para servidores estaduais ativos, aposentados e pensionistas nessa quinta-feira (15), após o deputado Dermilson Chagas (Podemos) sugerir, durante seu pronunciamento no Plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que os deputados criassem emendas para que sejam inseridas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) para assegurar o direito de reajuste dos servidores.

Ainda na quinta-feira, um grupo de representantes dos servidores da Saúde procuraram a Aleam para levar suas demandas aos parlamentares. O deputado Dermilson Chagas orientou a categoria – e ampliou para as demais também – que fizessem, por meio de seus respectivos sindicatos, um estudo de impacto na folha de pagamento e apresentar na Aleam para que os deputados votarem.

“Essa modalidade de empréstimo é concedida com desconto automático em folha de pagamento. Na realidade, o governador Wilson Lima está criando mais um mecanismo de endividamento dos servidores estaduais e justamente nesse período de pandemia, na qual há inflação, com tudo aumentando sem controle, ao invés de receber as categorias para estabelecer um diálogo e programar, após a Lei Complementar nº 173 perder os seus efeitos em dezembro e, desta forma, atender o pedido mais que justo desses servidores”, explicou Dermilson Chagas.

Inflação

No mês de março, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que mais pesou dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, foi o fato de seis terem tido avanço nos preços. Além disso, o item Transportes teve a maior alta (3,81%) e o maior impacto, de 0,77 ponto percentual no índice do mês.

Os grupos pesquisados foram Alimentação e bebidas: 0,13%; Habitação: 0,81%; Artigos de residência: 0,69%; Vestuário: 0,29%; Transportes: 3,81%; Saúde e cuidados pessoais: -0,02%; Despesas pessoais: 0,04%; Educação: -0,52%; e Comunicação: -0,07%.

 

Sem diálogo

O deputado ressaltou que é injustificável que o Estado não dialogue com essa e outras categorias, como a dos servidores da Polícia Civil e a dos professores, entre outras, sobre a possibilidade de conceder reajuste salarial porque a arrecadação tributária do Estado vem apresentando uma excelente performance.

“O Governo do Estado tem arrecadação em alta desde 2019, tem um acúmulo muito grande. Para se ter uma ideia disso, de 2019 a 2020 e a 2021, se pegarmos o mês de março, o Governo teve um acréscimo de 14% na arrecadação. Isso é significativo e olhe que nós estamos com pandemia, com lockdown em alguns segmentos, mas o Estado teve um excesso de arrecadação. Então, tem ‘gordura’ demais para queimar”.

 

Linear

Dermilson Chagas defende que o reajuste de forma linear para poder contemplar a todos sem distinção. “Então, que seja linear, igual para todos, porque tem outras categorias, tem administrativos, tem professores, tem médicos, tem o Ipaam, tem Previdência, tem várias secretarias, órgãos e empresas do Estado que até agora não tiveram reajuste salarial e é justo que todos recebam”, defendeu.